Sou
o poeta do betume
das ruas modernas
dos prédios
arranha-céus
meus olhos são
semáforos
verde e vermelho
quando estão em atenção
avanço para felicidade...
Bem-vindos a poesia...
Poemas urbanos que emergem a partir de situações limites do cotidiano das Megacidades. Uma forma digna de apresentar uma visão, através da poesia de Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho, principalmente, do cenário carioca contemporâneo.
URBANOSEMCAUSA
URBANOSEMCAUSA
12/09/2011
10/09/2011
URBANOSemCAUSA SAÚDA A POESIA
Urbanosemcausa brinda com Lucilia Dowslley. Amigos saúdam a Paz e a Liberdade de Ser, no MAC - Museu de Arte Contemporânea , Niterói. Uma festa linda. Uma celebração ao ser Criança. Uma tarde de emoções e poesia.
6/30/2011
C.a.R.d.Í.a.C.o.S
permitam-se um grito
a mente criativa
não se exaure
alargam-se as identidades
escancaram as cidades
para que pousem tranquilas
no hangar do coração
o fluxo dos carros
nas venosas pistas
entopem, emparedam
obstruem o peito
a dor engarrafada alucina
conectores estressados
apagam-se
os corpos adormecem
o semáforo da vida incandesce
e o grito
continua... continua... continua...
6/26/2011
A chave
o apito vespertino
seis horas
a tranca noturna
no fundo da cela – sentinelas
armas apontadas para o peito
o desejo febril do futuro
limitado nos quatro cantos
a cela sela
o perfume ácido do suor
esfria-se no banho de gato
o odor manifesta-se
descamisando músculos
o forte cheiro de urina
embriaga a atmosfera
asfixiante revela-se
a última gota da cancela
no estremecer das chaves
em mãos cativas do sistema
cobertores desdobram-se
silenciosamente em dedos engatilhados
a cama dura sustentam nervos e ossos
tesos, retesos, firmes
em construções meliantes
o último sinal
a grade cinza
espia o apagar das luzes
o baixar de calças sinuoso
o flato – fato
e o homem adormece
sem nada fazer,
sem nada dizer
só espera
a chave do amanhã
novo cárcere
Mozart
Mozart
6/25/2011
Lanterna
em franjas e os laranjas conversando
nem percebiam a observação incrédula
das palavras esparramadas no mármore
trincado da popular mesa democrática
eu que sou da classe de 52
não me enquadro nessa feira
certamente cometo outros delitos
nós todos em formato 3 por 4
absorvemos costumes ditos sociais
observo o horizonte agora 360 graus
da estação sobre-elevada de frente
às rotas rôtas (sic) de rostos e rastros
penso que sou um astro
celebridade momoinstantânea
afirmo que meu governo eu governo
um pré-texto pós-sádico
pois me martirizo em outdoors de plantão
sequestro almas seduzo expansões
de vazios...
mas sou cidadão
trafego em greve transito assim mesmo
na faixa dupla e abuso
e aviso
quem for doente que me siga
você sabe com quem está falando?
minha casa meu lar alvo na mira
gira-gira lanterna hipnótica
em noite chorosa e sem radar
sem foco
sufoco
três ais e nenhuma ave-maria
Sérgio Gerônimo
Seis horas e alguns minutos
passam das seis - a chuva cai
Corujão da poesia - Fina Estampa Ipanema. |
o espelho embaça na poeira e fumaça
os olhos acesos
iluminam a crua noite vadia
o sol já se afoga no horizonte
repousa flamejante
nas lamparinas frias das esquinas
homens rastejam nas paredes úmidas
o sinal verde renuncia a esperança
a tensão viscosa da pista molhada
os carros vão em vão
e o lugar esvazia-se de ilusão
a rua turva
o homem despe-se
a moeda rola
e o mundo cai
despenca no sombrio
e obscuro deus
caos kaos caos
Mozart
Mozart
URBANOSEMCAUSA em New York
My city
I see the city
away from eleventh floor
the avenues are lost
at eleven o’clock
time is scarce
the departure is set
the buildings wake up
I see the lights
star-liki points
domed asteroids
potent supersonic motors
traces of brilliance
bombarding the universe
sometimes
near by the city
the dusty is the same
the creature is the same
the souls diverge
against the barriers
prohibition or not
you know
in the city
sometimes
whatever.
Mozart
Translated by Dr. Ines Shaw, April 2011.
METROPOLIS
the drizzle over the big city
from high up a building
a cheap motel sighs
a suburban anti-hero
does not belong to any class
he is class-less
a study in life learning violence
nicotine punch, alcohol and
something else
on his belt a thousand-one corrupted virtues
aberrations visions perceptions holy cow
in the shadow of his favorite cover
he is hiding from himself
scent-less despising the garbage
from which he survives
he crosses bridges of thoughts he’ll end up on someone’s head
whoever gave birth will flee
here lies the weather vain
the rudder of helms
locked up
he will moor behind
the multitudes
in the recesses of the underground
in the underbelly of the metropolis
below the drizzle
and the cheap motel
the city swallows up these men.
Sérgio Gerônimo
Translated by Dr. Ines Shaw, April 2011.
6/05/2011
R.O.T.I.N.A...
e nos altos das linhas topografias
somente linhas de alta tensão
épocas de rotas embaladas a algodão-doce
vivia nos ponteiros ideológicos
até que em uma faísca
raio carioca de um março capeta
os espaços dos arcos em rios
viadutos e afins transformaram-se
em lares bares e etcétera e tal
e os tolos nos montes serras em geral
corroeram as raízes sociais
e as idades comuns legitimaram
asfalto versus morro
pobres versos ricos
brancos versos negros
risco versos pobre
ô rotina precária de imaginação
hei aonde ficou mesmo a humanidade?
Sérgio Gerônimo.
Algum Lugar
deixei uma palavra
sinuosamente
copacabana
provocando descobertas
nas noites incertas
clandestinos
ah... em algum lugar
nas vielas estreitas do passado
estamos nós
em nós
copacabana
que somos hoje
iluminados e porteiros
nas areias dos descaminhos
despertados e errantes
andarilhos de seus desafinados
nas notas da bossa
e na calçada botas
a realeza sua alteza:
princesinha do mar
Mozart
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