o apito vespertino
seis horas
a tranca noturna
no fundo da cela – sentinelas
armas apontadas para o peito
o desejo febril do futuro
limitado nos quatro cantos
a cela sela
o perfume ácido do suor
esfria-se no banho de gato
o odor manifesta-se
descamisando músculos
o forte cheiro de urina
embriaga a atmosfera
asfixiante revela-se
a última gota da cancela
no estremecer das chaves
em mãos cativas do sistema
cobertores desdobram-se
silenciosamente em dedos engatilhados
a cama dura sustentam nervos e ossos
tesos, retesos, firmes
em construções meliantes
o último sinal
a grade cinza
espia o apagar das luzes
o baixar de calças sinuoso
o flato – fato
e o homem adormece
sem nada fazer,
sem nada dizer
só espera
a chave do amanhã
novo cárcere
Mozart
Mozart
Putz! Essa coisa de só esperar a chave do amanhã... Venho tentando seguir sem chave, vivendo, às vezes trancada, noutras mais solta...Foda!
ResponderExcluirBjs da Vivi